Na música ou na arquitetura o músico Dante Ozzetti gosta de deixar impresso o efeito em 3D na sua arte. Durante uma tarde de ensaio, nos aproximamos do trabalho que desempenha ao lado de músicos de todo o Brasil.
Com o Trio Manari, o músico traz uma pesquisa com ritmos da Amazônia. Junto da cantora Patrícia Bastos, eles traduzem em linguagem contemporânea o marabaixo, principal ritmo do Amapá.
De origem africana, a sua história se perdeu no tempo. Uma das teorias diz que o ritmo foi trazido por escravos que construíram a Fortaleza de São José, em Macapá. Acompanhado pela dança, o marabaixo representa o lado profano nas festas do Divino.
Com uma carreira premiada no Brasil, o compositor, arranjador e violonista já ganhou dois Prêmio Sharp como arranjador e melhor disco. Também levou dois Prêmio Visa de Música como melhor compositor, escolhido pelo júri e por voto popular.
Em 2001, lançou o álbum "Ultrapássaro" e, em 2006, "Achou!", junto da cantora Ceumar. Para a irmã Ná Ozzetti, compôs arranjos desde o primeiro álbum gravado em 1988 até "Embalar", gravado em 2013. Com Patrícia Bastos, lançou “Zulusa”, em 2013.
Na arquitetura, destacam-se os projetos de escolas públicas construídas na grande São Paulo. Há anos desenvolvendo projetos, o desafio é o de criar espaços mais bem adequados para crianças e professores, em ambientes integradores.
Sobre o palco do teatro Anchieta, no Sesc Consolação, o músico traduz a ideia clara e as linhas de instrumentos bem definidas que traz ao trabalho. A pesquisa traz uma série de ritmos da Amazônia como o carimbó, marambiré, lundu e marabaixo, em uma pesquisa profunda da música indígena e dos ritmos africanos ainda presentes na região amazônica.