Na cidade de Embu Guaçu, perto da capital paulistana, somos guiados pela família do terreiro de candomblé Nzo Kyloatala, a conhecer um pouco da origem musical e espiritual de Ricardo Valverde, que mescla sua formação musical e ancestral afro-brasileira, angolana a um instrumento do século XX, o vibrafone.
Como um candomblecista, Ricardo inova a musicalidade do instrumento tradicional de metal chamado "Gã", também conhecido como Agogô, para o vibrafone, unindo a melodia do instrumento à condução do trio de tambores e ao improviso rítmico do contrabaixo. Somando claves e toques, dentro da tradição Banto e Iorubá, abre-se um diálogo grandioso entre a dança e a música.
No palco, com o trio de tambores ao centro, como uma guia musical, Ricardo Valverde traz sua musicalidade entre baquetas e palmas, dando espaço aos improvisos dos instrumentistas e à dança do candomblé, que ali reforça a sua ligação religiosa a um movimento artístico universal: a música instrumental.